quinta-feira, 24 de maio de 2012
Análise de Progressão – Montagem e Correção
Construção dos ciclos de montagem e correção dos padrões táticos
Se nosso objetivo com o treinamento é de melhorar e evoluir constantemente, o Princípio de Progressão Tática será sempre o melhor parâmetro para isso, pois através dele será elaborada uma analise sistemática com objetivo principal de identificar as estruturas treinadas e posteriormente aplicadas nos jogos.
Afirmo também ser verdadeiro o fato de que sempre existe certa resistência as grandes mudanças, e esse talvez seja o ponto de maior dificuldade de todos os treinadores, cito Goleman et al. (2002), “é necessário criar um espaço onde os velhos hábitos possam ser evitados e possam ensaiar o novo comportamento”.
Baseio-me na citação para dizer que não é simples o ato de modificar padrões de comportamento tático, que ao meu entender são os que mais dificultam a evolução de nossos trabalhos, é comum verificarmos que carregamos parte significativa da responsabilidade de nossas equipes, mas que necessitamos do entendimento e da compreensão para que nosso trabalho possa realmente ter bons resultados.
Balizado na experiência afirmo que os métodos de resistência e imposição para o “quem pode manda e quem tem juízo obedece” não cabe mais em nosso esporte.
Feito isso, há muito tempo dedico parte relevante do meu tempo para criar atividades que possam conduzir meus atletas a executarem suas tarefas sem que percebam que através delas modificam seus padrões táticos.
Entendo que os sistemas de jogo são integrados, e que atacar e defender forma uma só estrutura, assim sendo, a velocidade da mudança e adaptação desta mudança é imprescindível.
Trabalhamos com ótica global em relação ao jogo, analisando sempre o mesmo com interação dinâmica, desta maneira separamos as fases do jogo com os momentos do jogo que no meu ponto de vista necessitam de atenções especiais.
Com esta visão global alteramos nossa visão sobre o que é tática e de que maneira trabalhamos ela, pois tática não representa apenas a configuração organizada do jogo, mais, o entendimento e leitura de tudo que acontece ao seu redor.
Para que um atleta possa ser considerado “inteligente” taticamente ele precisa não apenas reproduzir os ensaios do treinamento, mais ter ampla visão das infinitas ocorrências das situações do jogo.
Assim, cabe ao treinador as orientações e o desenvolvimento do modelo de treino que privilegie a construção de respostas a problemática do jogo, desenvolvendo capacidade de decisões, dando ao atleta uma capacidade tática ilimitada.
Todos devem entender as ações do jogo coletivo, criando identidade própria para equipe, cultura de organização específica e linguagem tática global.
Em resumo o treinamento não pode ser um campo previsível, nossos atletas não podem responder mecanicamente as ações, devem pensar e agir conforme o ambiente que encontram e nós treinadores somos os responsáveis pela criação destes ambientes de incerteza, assim produzimos efeitos práticos nos jogos.
Por fim, a Análise de Progressão, tema deste artigo é necessária para avaliar os estágios da evolução tática coletiva, adaptação do atleta/equipe dentro do envoltório tático, necessidades de correção e avanço das dificuldades para torná-los ainda mais preparados para um jogo incerto e com problemática frequente.
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