segunda-feira, 12 de abril de 2010

O MEDO COMO EMOÇÃO

Por Rafaela Bertoldi
Psicóloga Esportista


O medo pode interferir diretamente na performance do atleta, essa interferência acontece de forma positiva ou negativa, ao longo de sua carreira esportiva.
Os atletas recebem as mais variadas pressões do ambiente esportivo e, se fracassam, passam apresentar, uma grande pressão interna que poderá resultar em uma mudança em sua auto-imagem (passa a ver somente os aspectos negativos de si e de seu desempenho).
Um atleta que vivencia um fracasso como, por exemplo, (comprometer o resultado de um jogo através de um erro), sente “o peso” da pressão interna e externa, pode vir a duvidar de suas capacidades, perder a confiança em si mesmo, desenvolver um sentimento de inferioridade, por vezes imaginário, e apresentar um comportamento medroso diante de uma competição ou jogo.
O atleta que experimenta o medo apresenta emoções fortes e dificilmente externará essas reações emocionais para seu técnico, por medo de decepcioná-lo, também por medo de admitir a própria fraqueza.
O medo também poderá ser considerado positivo quando propicia ao atleta o ímpeto de competir, ao reconhecê-lo, o atleta vivencia a ativação e a luta, interferindo positivamente em seu rendimento.
Portanto, o medo é o resultado da insegurança do atleta, causada pela percepção de sentir não estar bem preparado fisicamente, taticamente, tecnicamente e psicologicamente para o jogo ou competição.
Atualmente pesquisas sobre o medo no esporte mostram, de forma consensual, que esse sentimento, resulta em conseqüências claramente prejudicais para o atleta. Em virtude da tensão muscular gerada nos níveis motor e fisiológicos, decorrente do medo, os atletas demonstram falta de precisão ao efetuar os movimentos necessários para a execução dos fundamentos, falta de flexibilidade, maior predisposição à fadiga, dificuldades de percepção, redução do campo visual, da atenção-concentração e, sobretudo, na tomada de decisões.
A manifestação do medo no esporte está relacionada ao surgimento de inúmeras causalidades, provocando, atreladamente, as seguintes conseqüências ao atleta: falta de decisão, inibição e determinados bloqueios em certas ações, dificuldade na coordenação dos movimentos, fuga ou aversão.


Por fim, Roffé (1999), faz uma correlação do que denomina variáveis psicológicas, determinando que: quanto maior a ansiedade, menor a concentração; quanto maior a autoconfiança, menor a insegurança, a ansiedade e a hostilidade e maior a decisão e capacidade de arriscar e maior o controle dos medos; e, quanto maior a auto-estima, menor o estado de ansiedade e maior o grau de autoconfiança.

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