quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Projeto Olímpico ou Auxilio Esportivo?
Projeto Olímpico ou auxilio esportivo?
Temos um Projeto ou uma "Bolsa" auxilio?
As Olimpíadas, assim como todas as grandes competições são verdadeiros laboratórios, oportunidade de acompanhar as experiências vividas por atletas mundiais num encontro sempre muito interessante.
Uma Olimpíada é igual a um grande congresso, um momento onde as novidades, técnicas, indumentárias, comportamentos, atitudes, táticas, entre outros fatores são constantemente observados pelo mundo, com o objetivo de melhorar a performance no trabalho esportivo.
Tenho me dedicado nestes dias a observar em especial o comportamento de atletas e técnicos, como reagem ao jogo, ao medo, a importância, as pressões, ao favoritismo, a despretensão, as adversidades e outras tantas reações características e presentes no esporte.
E confesso, me assusto um pouco com o que tenho observado, pois quando falamos em atletas olímpicos imaginamos sempre muito fortes emocionalmente e muito bem preparados para este momento, situação que não se confirma em muitos casos.
Sem querer rotular ou criticar pelo simples prazer de destruir o que de muito bom tem por trás disso, quero apenas debater e expor meu ponto de vista.
Algo deve estar muito errado, ouço falar em investimentos, projeto olímpico, bolsa atleta e outras tantas “políticas esportivas” que deverão impulsionar o Esporte Brasileiro nos próximos anos e me chama atenção o despreparo dos nossos “super-heróis”.
É possível verificar que existem diferenças técnicas em determinadas modalidades, em alguns atletas e países, mais não posso acreditar que isso por si só é suficiente para que exista este distanciamento olímpico.
A China mudou totalmente seu panorama esportivo mundial, com grandes investimentos, mas no meu ponto de vista investiu muito pesado em “Métodos Olímpicos” de preparação, o que para mim é o grande diferencial.
É notória a força mental desses atletas, a concentração e a preparação para vencer. Competitivos buscam responder as expectativas e dificilmente vemos um favorito perder sua medalha ou estar no pódio.
Será que estamos muito atrasados ou não somos suficientemente fortes mentalmente para suportar as pressões?
Parece-me haver um abismo muito grande na formação de nossos atletas até o nível competitivo, algo que facilmente poderá dar errado caso as disputas saiam do seu controle, é evidente que a técnica é importantíssima mais a necessidade de ser competitivo na minha avaliação é um grande diferencial.
O que posso seguramente afirmar é que não temos projeto olímpico coisíssima nenhuma, temos auxilio esportivo, e pouco, e sem um acompanhamento na formação, digo na formação mesmo!
Algumas modalidades são bem sucedidas, pois possuem em sua formação clubes conceituados e profissionais qualificados, ou então, atletas que treinam em grandes centros mundiais e que vestem nosso uniforme para competir, o que ocorre é que treinam e possuem um acompanhamento intimo com os melhores de sua modalidade, isso sem dúvida facilita e muito sua performance esportiva.
Mas a realidade de muitos não é essa, nem se quer mantêm condições de participar de competições importantes e que lhe proporcionem um equilíbrio emocional e o desenvolvimento das habilidades técnicas.
A formação deve ser um todo, um conjunto complexo que atua desde a formação cognitiva até as respostas motoras especificas de cada modalidade.
Nas modalidades individuais, que geram mais medalhas aos países e que são as que nós (Brasil) mais falhamos, são as que mais sentimos dificuldades, acredito eu que em função do abandono e das dificuldades de treinar, falta de patrocínios, de se preparar adequadamente e de vivenciar experiências especificas para uma competição deste nível.
Nas modalidades coletivas possuímos competições nacionais de nível semelhante ou até melhor do que em outros cantos do mundo, só que para se ganhar uma modalidade coletiva é preciso vencer muito mais, manter performance de equilíbrio coletivo durante toda a competição e é natural que algo possa não andar bem no transcorrer do caminho.
Ontem à tarde através de rede social e por meio de sua Assessoria de Imprensa o nosso Ministro dos Esportes Aldo Rebelo comentou sobre a importância que os atletas do judô dão ao “Bolsa Atleta” projeto do Governo Federal que “auxilia” os atletas em suas despesas, mais muito pouco na sua formação.
Senhor Ministro, na minha humilde opinião isso é muito pouco, bastante talvez, para quem nada têm, mais muito pouco para um país que hoje é uma das maiores economias mundiais.
Pouco para quem diz ter um projeto olímpico e que irá sediar uma olimpíada em 2016.
Precisamos de preparação na formação, qualificação profissional, boa vontade dos governantes já que recursos financeiros todos nós sabemos que existe, e que é mal aplicado ou não chegam ao seu destino final.
É triste ver um atleta com seu sonho frustrado, decepcionado por uma desclassificação e que se envergonha de decepcionar a própria família, triste ver nosso país na décima sexta colocação geral, triste não possuir uma política verdadeira para o esporte, e deprimente ouvir discursos de que o esporte socializa, tira das ruas, afasta das drogas e rendem votos nos discursos partidários.
Esse não é o país que queremos e não é o exemplo que precisamos, o Esporte é tudo isso sim, mais é muito mais do que os despreparados imaginam ser!!!
Créditos
Fonte Foto - Getty (espn.com.br)
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Excelente matéria Marquinhos diz realmente o que temos hoje em nosso país, se não mudarmos de mentalidade, começando por nossos governantes nunca chegaremos a ser uma das potencias em ambos os esportes, não basta apenas esses auxílios, devemos elaborar e colocar em pratica uma boa formação e dar realmente condições de treinos e estrutura para nossos atletas, não fingir, que está tudo maravilhoso, dando uma bolsa de mais ou menos 1000 reais e achando que estão fazendo de grande ajuda, para obter resultados se deve investir realmente e isso como mostram os resultados não esta sendo realizado. Esperamos que se tenha uma mudança radical de pensamento, ou continuaremos sempre frustrando nossos atletas em competições.
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