Por: Rafaela Bertoldi
Psicóloga do Esporte
Spielberger (2005), define a ansiedade como reações emocionais a um estímulo percebido como perigoso e que resultam em uma combinação de sentimentos de tensão, apreensão e nervosismo, pensamentos de desprazer e mudanças fisiológicas.
No contexto esportivo, elevados níveis de ansiedade tornam-se evidentes, por exemplo, quando atletas apresentam mãos frias e úmidas, aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração, distúrbios gastrointestinais, incapacidade de concentrar-se, indisposição, aumento de tensão muscular e etc.
Portanto, atletas com elevados níveis de traço de ansiedade tendem a perceber um maior número de situações como ameaçadoras, tais como, a perda da posição, substituição em jogos e etc; a auto-estima também está relacionada às percepções de ameaça e às mudanças correspondentes no estado da ansiedade. Atletas com baixa auto-estima tendem a apresentar menos confiança e mais estados de ansiedade, refletindo diretamente em sua performance.
A ansiedade exerce efeitos sobre o desempenho motor, pois ela pode vir a provocar o aumento na tensão muscular, interferindo na coordenação, bem como mudanças no nível de atenção e concentração: a ativação intensa pode causar estreitamento do campo de atenção de um atleta, o que pode ser percebido, através dos erros de passe, de recepção, de condução da bola, de marcação e claro das finalizações a gol.
Neste sentido, a compreensão dos antecedentes, a dinâmica e as conseqüências da ansiedade podem fornecer implicações práticas no cenário desportivo. Por exemplo, se um técnico sabe do rendimento de seu atleta, com base no conhecimento prévio que possui acerca dos níveis de ansiedade, pode tentar modificar positivamente os traços ansiogênicos, possibilitando um melhor desempenho do mesmo.
Referência Bibliográfica
SPIELBERGER, A. B. Anxiety and behavior. New York: Academic Press e Doubleday, 2005.
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